Certificado de vacinação de Bolsonaro contra Covid-19 é falso, conclui CGU.

 Certificado de vacinação de Bolsonaro contra Covid-19 é falso, conclui CGU.
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Investigação motivada pela Controladoria-Geral da União (CGU) concluiu que houve adulteração nas informações do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) inseridas no portal de vacinação de São Paulo e seu certificado de imunização era falso. O órgão, no entanto, não apontou culpados pela inclusão dos dados fraudulentos.

De acordo com os dados do sistema do Ministério da Saúde, no Cartão Nacional de Vacinação de Bolsonaro há um registro contra a Covid-19 que teria ocorrido em 19/07/2021, na Unidade Básica de Saúde (UBS) Parque Peruche, em São Paulo.

No entanto, outros dois registros de imunização, localizados em um posto de Duque de Caxias (RJ), haviam sido efetuados por agentes municipais, mas cancelados antes mesmo do início das investigações pela CGU. “Logo em diligências iniciais, os auditores verificaram a existência de um possível esquema de fraude a cartões de vacinação, envolvendo o Secretário Municipal de Governo”, diz em nota a CGU.

Foram ouvidas diversas pessoas que trabalhavam no posto de saúde de São Paulo. Os auditores tomaram, inclusive, o depoimento da enfermeira indicada no cartão de vacinação como aplicadora do imunizante, mas a profissional negou que tenha feito tal procedimento. Ela afirmou, ainda, que não trabalhava mais na unidade naquela data, o que foi confirmado por documentos.

Também foram feitas oitivas dos funcionários em serviço na UBS no dia marcado no cartão, mas todos negaram ter visto Bolsonaro no local. Da mesma forma, negaram conhecer qualquer pedido feito para registrar a imunização do então presidente.

“Portanto, quanto à vacinação que teria ocorrido em São Paulo – único registro que ainda permanece no cartão de vacinação do ex-chefe do Executivo – a CGU encerrou seus trabalhos no final de 2023. A conclusão foi que se trata de fraude ao sistema estadual de registro de vacinação contra a Covid-19”, concluiu o órgão.

Uma operação foi movida pela Polícia Federal no primeiro semestre de 2023, quando o esquema foi revelado, e apontou a ligação de agentes públicos federais e municipais com as adulterações e do tenente-Coronel Mauro Cid, ex-ajudante de Ordens da Presidência da República, que foi preso preventivamente, em maio do ano passado, acusado de falsificar o cartão de vacinação de Bolsonaro.

A CGU ressaltou que, por meio de informações fornecidas pela Força Aérea Brasileira (FAB), que o ex-presidente não estava em São Paulo no dia da suposta vacinação. Ele teria voado de SP para Brasília um dia antes e não teria feito nenhum outro voo até pelo menos três dias depois da suposta data.

Rebatendo as acusações, Bolsonaro negou a alteração no cartão de vacinação e disse não ter sido imunizado. De sua família, a ex-primeira-dama, Michelle Bolsonaro (PL), foi a única, segundo ele, a se vacinar. “Repito, não fui vacinado visão pessoal minha, principalmente após ler a bula da Pfizer. A minha esposa foi vacinada nos Estados Unidos com Janssen e está documentado. Minha filha [Laura], que respondo por ela, atualmente com 12 anos, não tomou a vacina”, disse na época. 

O Povo